PASTORAL DA EDUCAÇÃO - DIOCESE DE PIRACICABA SP

"Ninguém educa ninguém, nem a si próprio, se não for à luz do Evangelho" Scards

terça-feira, 16 de novembro de 2010

1º. ENCONTRO DE EDUCADORES CRISTÃOS:


Tema: Desafios e Perspectivas do Educador Cristão de Escola Pública

População Alvo: Professores da Rede Pública de Educação nos diferentes Níveis de Ensino: Infantil, Fundamental (incluindo Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos) Médio e Superior.

Participação: Convite extensivo a 05 (cinco) professores de cada uma das 17 Regionais que compõem o CNLB, sendo preferencialmente um professor de cada Nível de Ensino.

Data: 29, 30 de abril e 01 de maio de 2011

Local: Cidade de São Paulo – Previsão Casa de Retiro das Irmãs Paulinas no Ipiranga.

(Caso haja indisponibilidade, Prof. Luis Antonio Amaral encarregou-se de

levantamentos alternativos)

Objetivos:

1. Criar espaços de articulação - uma rede de educadores de Escolas Públicas.

2. Refletir os desafios e as perspectivas da educação brasileira à luz dos

valores cristãos.

Justificativas

Nunca tivemos demandas tão urgentes e graves como hoje:

· na escola - infra-estruturas insuficientes, currículo inadequados, recursos pedagógicos ultrapassados, baixo rendimento escolar, má qualidade de ensino, arrocho salarial de profissionais e desvalorização do educador;

· na comunidade - violência, droga, discriminação, preconceito, exploração, autoritarismo, exclusão de alunos, desestruturação familiar.

· nas pessoas – medo, desamparo, abandono, solidão, insegurança, descrença, imobilismo, desinteresse, etc..

Por outro lado, nunca tivemos tanta esperança na possibilidade concreta de construção de projetos humanos transformadores, onde o ideal de justiça (pública e social) seja realidade, onde o viver em dignidade, enquanto cidadão ativo, com conforto e felicidade seja objeto de realização de uma grande maioria de população.

O momento histórico que estamos vivendo é único. Estamos sendo convocados a participar. Precisamos ser sujeitos de nossa História, fazer um novo Brasil, criando novas e/ou melhores instituições. Precisamos de professores críticos e comprometidos. O homem não nasce sabendo. É preciso formá-lo.

Como aponta o Documento de Aparecida “As grandes mudanças nos afligem mas não nos confundem”( DA 20)” Antes, desafia-nos a discernir os sinais dos tempos à luz do Espírito Santo, para nos colocar a serviço do Reino, anunciado por Jesus que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância”(DA 33).

Crescer na Transcendência da relação para participar protagonicamente na transformação da Educação e da Sociedade, contribuindo de modo singular e vital em solidariedade militante com os semelhantes que resistem e lutam para acabar com as condições sub-humanas é o papel do educador atual.

Temos pois um eixo fundamental- uma educação formulada desde e com a comunidade a partir do protagonismo do pobre e justificada pela mensagem e a prática de Jesus “ser de relação”.

Estar preparados, e bem preparados, através da consciência clara de que “ser educador” não é apenas garantir conhecimentos, mas principalmente estar aberto, discernir, ter capacidade crítica, acompanhar, orientar para a busca do próprio caminho. O mais importante nisso é o saber, e não os títulos.

Num mundo globalizado não há mais lugar para indivíduos isolados. Todos somos elos de uma corrente que nos vincula à natureza, ao próximo e a Deus.

O silêncio é o caminho da intimidade com Deus, somos seres portadores de dignidade, minha relação com a natureza e com os outros (meus próximos) me constrói na aliança com Deus. Fica então a pergunta: este crescimento de consciência fundado no milagre divino - não será capaz de produzir em nós, educadores, outra firmeza, outra certeza, outra capacidade?

“ O processo civilizatório é fruto do agir humano. Sinais deste processo como a presença de uma ética utilitarista que vê o indivíduo unitário como fonte do bem e da felicidade, a visão social que vê a propriedade como base da concepção do humano, não coaduna com a visão cristã. Ao contrário, ser cristão é ver o valor do trabalho como espaço do homem enquanto co-autor do Universo; o valor da família como a dignidade intrínseca de todo homem - mulher; a vida como dom inalienável, que deve ser protegido de tudo o que possa reduzi-lo; a racionalidade da ciência e da técnica, colocada a serviço da vida e da sociedade; a recusa do processo de enriquecimento da sociedade visando apenas o lucro de poucos e do individualismo consumista; a primazia da educação na construção do mundo ”[1]..

A escola pública (com exceção do Ensino Superior) é predominantemente o lugar dos filhos da camada trabalhadora, é a escola para “os filhos dos outros”, tem sido um lugar onde também se registra a violência, a exclusão, a discriminação; onde a educação vem se realizando sem preocupação com a qualidade, sem nenhuma preocupação com as necessidades do povo e nem mesmo com os profissionais que nela trabalham.

O professor convive com incertezas, dilemas e pressões. Precisa ser impulsionado por uma nova visão humana e técnica e por uma espiritualidade capaz de transformar estas dificuldades em trampolim para novas conquistas educacionais e manter sua disposição educadora neste contexto de diversidade cultural, flexibilidade e complexidade econômica. Somente o compartilhamento com companheiros, alunos e pais em diálogo sobre as contradições, seus contextos e formas de encaminhamento tornarão possível a educação como espaço de formação política permanente, processual e intersetorial para a cidadania. A educação deste modo torna-se responsável pela formação de um protagonista capaz de forjar as mudanças das práticas sociais, da presença e funções da ciência e técnica na sociedade, através da democratização, humanização e diálogo, tendo em vista a transformação da realidade, a partir de mudanças de valores. “Num momento histórico cultural em que se gesta o novo, fundamental se torna pensar a educação como questionadora, e propositora, como um crivo, por onde se constrói o humano ou então teremos à desumanização. Eis a sua responsabilidade”[2].

É preciso professor articular-se com os outros companheiros para:

· Lutar para a formação de um aluno crítico, criativo, protagonista de suas ações e comprometido com a mudança de um Brasil melhor.

· Lutar por uma formação permanente do educador como forma de fazer despertar novas consciências e ações engajadas, comprometidas com a humanização do ser.

· Investir no sentimento de emancipação humana.

· Investir na criação de rede de educadores para formação coletiva e solidária, ampliando a rede de comunicação e integração “via Internet”.

· Lutar pela inclusão de todos na educação e na vida, assumindo o compromisso, com a vida, definindo uma linha ética de ação.

· Unir-se em sindicatos para garantir a efetivação dos direitos adquiridos e outros direitos a serem conquistados.

· Desenvolver ações através de organizações que lutem pela melhoria da qualidade da educação e da vida, garantindo a preservação do planeta às gerações futuras.o e da vida, garantindo a preservaçdade da educaçem conquistados.

·nha la trabalhamlismo consumista; o buscar construir o mundo

· Reforçar as relações e respeitar as diversidades

· Dialogar com os pais para conhecer melhor o aluno, explicitar o trabalho que realiza, solicitar e oferecer cooperação e propor trabalho conjunto e cooperativo.

· Educar como exercício de liberdade.

--Que a escola não mais esteja submetida às exigências do mercado.

Mas na “sociedade do conhecimento”, a promoção de novas ciências

e tecnologias contribuam para a formação do pensamento, da reflexão e que a educação seja o instrumento da legitimação de uma sociedade igualitária em oportunidades.

--Que a escola seja o lugar onde se constrói o vínculo social, onde deve

elaborar a democracia da vida.

Não esquecer :

-que a construção do projeto pedagógico em cada escola é a base para o grande avanço na qualidade do ensino.

- que a democratização do saber na escola pública passa pelos professores, por sua formação, valorização profissional e condições de trabalho.

Observação: Estes itens depois do grifo deverão constituir propostas de ação que resultarão das reflexões e discussões dos participantes no dia do encontro coloquei ai para que possamos pensar em como trabalhar o assunto de modo a facilitar o pretendido (podem achar não ser também necessário pensar deste modo)

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Programação:

Dia 29/04- sexta feira:

-19:30 horas- Abertura (30 minutos)

-- Apresentação das dinâmicas do encontro

-- Mistica- uma oração inicial ou uma fala de bispo saudando os presente.

- 20:00 horas- Dinâmica de Grupo :

(pensar numa dinâmica que leve a estimulação de contato e no

reconhecimento entre professores de diferentes níveis de ensino de que

atuam coletivamente na formação de futuros cidadãos brasileiros)

Dia 30/04- Sábado

Manhã - (ver ou diagnosticar e julgar a realidade)

- 8:30 horas- Divisão dos participantes em grupos por regionais para

discutir desafios que consideram relevantes na região.

- estudar formas criativas e artísticas de apresentação

- 10:00 horas- café

- 10:30 horas-Painel integrado para apresentação dos trabalhos de grupos

- 11:00 horas- Avaliar sob a luz de valores cristãos- Trecho do Evangelho

ou Documentos da Igreja relacionados com as sínteses apresentadas.

Uma fala que amarre as conclusões expostas pelos grupos.

Tarde ( Ver julgar e agir -Propostas de ação por grupos de professores por nível de Ensino)

- 14:00 horas- Trabalho em grupo de acordo com o nível de ensino: apontar as principais dificuldades encontradas na sala de aula e na escola para desenvolver o trabalho de modo satisfatório.

-15:00 horas- Exposição do trabalho de grupo

-15:30 horas- café

-16:00 horas- Fala de um educador com experiência na Escola

Pública destacando a importância de ser educador e os desafios e as perspectivas do educador cristão no Brasil de hoje .

-16:30- horas- Julgar – apontar as situações relevantes e de necessárias soluções imediatas. (até às 18:00 horas)

Noite – 20:00 horas- Confraternização

Dia 01 de Maio – Domingo

Manhã – 8:00 horas – Celebração Eucarística

- 9:00 horas- Divisão de grupos por regionais para, diante do discutido anteriormente, elaborar propostas de ações que venham sanar os problemas mais prementes a curto, médio e longo prazo.

- 10:00 horas - Apresentação das propostas e seleção das mais prioritárias

- 10:30 horas– café

- 11:00 horas- informes , propostas de novas reuniões e técnicas

combinadas para manutenção da rede recém criada.

- 11:30- Cerimônia do Envio.

OBSERVAÇÔES:

1. Muito do que foi escrito aqui saiu, da discussão que tivemos, mas muito saiu daquilo que eu considerei importante destacar. A Vera ficou de escrever a programação por ela colocada no dia 25 - estou aguardando)

2. Foi proposto pelo Professor Luis Antonio Amaral para sexta-feira à noite uma palestra sobre “ Olhar a realidade educacional no Brasil” , apontando já as grandes contradições e principais conflitos.

3. Foi também colocado como importante destacar a vivência do educador- sua realidade na sala de aula.

4. Ao grupo embrionário seria interessante selecionar trechos bíblicos, que situam Jesus Nazareth como educador ou Documentos da igreja que venham reforçar este papel importante na vida humana. Seria também importante refletir sobre os valores e/ou as lacunas que os documentos da Igreja apresentam sobre o assunto educação: as luzes e sombras.

5. Sugeriu-se também para dinamizar as atividades dos participantes que fossem relatados 2, 3 ou mais experiências (Projetos Escolares) de Escolas bem sucedidas e encaminhada anteriormente , com leitura no plenário.

6. Não podemos esquecer de:

- discutir com os participantes formas de extensão - o do encontro aos companheiros de trabalho (como levar à base)

- solicitar formas ou estratégias de retorno de informações – via email ou correio.

- marcar novos encontros solicitando sugestões de temas, procedimentos e locais.

Estiveram presentes no encontro de 04/11/2010 os seguintes membros da equipe embrionária: Geraldo Aguiar, Luis Antonio Amaral, Cecília Guaraná, Izabel Gimeno, Vera Lopes, Zilda Santesso e eu (Nehy da S. Martini)



[1] Carlo F. Signorelli.Desafios para os Carismas numa Mudança de Época,pág. 01, apostilado

[2] Carlos F.Signorelli.. Um momento de Inflexão.;pag4, apostilado